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Trabalho Voluntario.

Atualizado em 13/06/2024 às 11h57

Dia de Santo Antônio. No dia de seu batismo, sua mãe o consagrou a Nossa Senhora, e aos 19 anos ele foi para o convento de Coimbra. Sua vida foi breve, faleceu em Pádua, na Itália, em 13 de junho de 1231 — e, por isso, se diz santo Antônio de Pádua ou de Lisboa. Muitos são os milagres atribuídos ao santo. Um dos mais conhecidos é sobre a pregação aos peixes em Rimini, na Itália. Conta-se que alguns peixes saíram do mar para ouvi-lo, o que despertou o interesse e a conversão das pessoas à palavra divina. " As biografias desse santo contam que ele era contrário aos casamentos arranjados, defendendo que eles deveriam ser motivados unicamente pelo amor." Por isso se tornou o santo casamenteiro.

 

Existem fontes que apontam que o trabalho voluntário era fortemente recomendado à população egípcia como uma forma de justiça social. Já entre os romanos, fontes históricas apontam que no momento da divisão social da sociedade atribuía-se um dever de auxílio daqueles mais abastados para com os mais necessitados.

Foi só mais tarde, com o surgimento da Igreja Católica, que a história do trabalho voluntário como conhecemos atualmente no mundo ocidental começa a tomar forma, mais precisamente por volta do século I.  essa instituição apresenta como elemento ideológico fundante a caridade, tendo sido pautadas, desde o seu início, ações voltadas ao acolhimento de indivíduos em situação de necessidade. Ações que, por exemplo, destinavam-se à criação de casas para amparo de pessoas carentes.

O nascimento formal do voluntariado teve origem no século 19, com o enfoque na benemerência. À época, os problemas sociais eram entendidos como “desvios” da ordem dominante e atribuídos a indivíduos “em desgraça” que, por não terem a oportunidade de se reintegrarem à sociedade, necessitavam da caridade organizada

A evolução da ação voluntária no país passa por quatro momentos bem definidos: benemerência, Estado do Bem-Estar Social, voluntariado combativo e integração do Estado com a sociedade civil.

 Assim, famílias mais abastadas, com boas intenções, distribuíam seus excedentes entre os necessitados. Nesse contexto social paternalista, rigoroso e excludente, o “voluntariado de benemerência” era incipiente, moralizador, feminino e baseado em rígidos valores morais.

A partir do século 20, as instituições filantrópicas assistenciais passaram a ter a intervenção do poder público e, a partir da década de 1930, desenvolveu-se uma política de assistência social. O Estado de Bem-Estar Social do pós-guerra pregou a solução total das questões sociais, visando atender a população carente.

Com a mudança da sociedade, grupos de pessoas lideraram a participação ativa nas questões sociais e inúmeras organizações sociais foram criadas, caracterizando uma atuação voluntária de ação social.

Na metade da década de 1980, com a democratização da América Latina e dos países em desenvolvimento, o neoliberalismo surgiu como concepção político-econômico- cultural no Ocidente.

A resposta foi o nascimento de um voluntariado que veio preencher os espaços deixados pelo Estado e que se esforçou para diminuir as necessidades daqueles que ficaram fora do sistema.

 

A década de 1990 abre as portas para um novo voluntariado, que supera o anterior e considera o voluntário como um cidadão que, motivado por valores de participação e solidariedade, doa seu tempo, trabalho e talento de maneira espontânea e não remunerada em prol de causas de interesse social e comunitário.

Uma das principais diferenças entre um projeto social ou humanitário e um projeto de outros setores (engenharia, tecnologia da informação, infraestrutura, empresarial) é a sua razão de existir. A  razão de existir do projeto surge a partir da identificação das necessidades e prioridades do público beneficiário, permitindo desenhar qual transformação positiva

O ano de 2001 foi instituído pela ONU como o Ano Internacional do Voluntariado. De lá pra cá, em consequência desse e de outros apelos sobre o tema, muitas empresas e cidadãos lançaram-se no serviço voluntário,

 Atualmente, são mais de 11 milhões de brasileiros realizando trabalhos não remunerados, de acordo com o IBGE. Mas, nem sempre foi assim. O exercício do voluntariado passou por fases importantes, até que o Brasil alcançasse uma posição de destaque quando o assunto é voluntariado. 

A Santa Casa de Misericórdia é um deles. Tida como uma das instituições filantrópicas mais sólidas e respeitadas, surgiu no Brasil ainda no período colonial, em 1543, sendo a primeira instituição hospitalar do país,

A Cruz Vermelha, por sua vez, foi criada no século 19, para amenizar o sofrimento daqueles que enfrentavam conflitos armados. No Brasil, surgiu no século XX, e ainda segue funcionando, sendo considerada a principal instituição de ajuda humanitária do mundo

Não poderíamos deixar de citar também a APAE, Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais. Nascida em 1945, é fruto de um movimento pioneiro no Brasil, tendo surgido com o objetivo de atender às demandas das pessoas com deficiência intelectual e múltipla. Citamos também os clubes de serviço como o Rotary e o Lions.

Hoje, independente da crença ou religião, o trabalho voluntário é praticado por muitas pessoas, em todos as regiões, com diferentes idades, raças, e cuja finalidade é dar respostas aos grandes desafios que se colocam para a construção de um mundo melhor.

Um grupo de voluntários de Treze Tílias e Arroio Trinta, estão entre os mais de 11 milhões de brasileiros, dedicados ao trabalho humanitário. A última e valiosa ação desse grupo foi dedicada ao RS, assolado pela tragédia das cheias. Os trabalhos foram direcionados a Roca Sales e a grande Porto Alegre, cujo resultado foi enaltecido pelas comunidades beneficiadas e de grande valia para cada integrante do grupo, com o bem realizado de forma voluntária e humanitária.

Dedicar-se ao voluntariado é algo enriquecedor e que gera a oportunidade viver novas experiências, conhecer outras realidades e fortalecer o contato humano

Fonte: Nereo Lopes de Lima.

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